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Como montar um restaurante take away e food delivery em Portugal


Existe uma crescente procura por estabelecimentos de comida com entrega ao domicílio ou take away, que simplificam e trazem maior comodidade à população. Sempre sonhou abrir um negócio de comida? Veja como abrir uma empresa de food delivery e take away em Portugal!

Depois da pandemia do COVID-19, a forma como consumimos alimentos mudou drasticamente. Mais pessoas passaram a optar por encomendar refeições para entrega em casa ou para recolher em estabelecimentos de take away, levando a um crescimento deste tipo de espaços.

Em resposta a essa procura crescente, os restaurantes foram forçados a adaptar-se, a partir da oferta de alternativas de entrega e take away, que dessem oportunidade aos clientes de encomendarem as suas refeições sem terem de sair de casa.

Antes de lhe deixarmos algumas dicas de como pode abrir o seu próprio restaurante com entregas ao domicílio (food delivery) e take away, descubra em que consistem estes dois conceitos que, embora sejam frequentemente associados, não têm o mesmo significado.

Como funciona o take away?

Traduzindo este termo para português, “take away” significa recolher algo. Neste caso, é bastante utilizado em estabelecimentos alimentares, como restaurantes, food trucks e outro tipo de negócios, na medida em que estes preparam a comida para que o cliente a recolha e coma fora do estabelecimento.

Assim, o take away é uma forma cómoda, não só para este tipo de empresas mas também para os clientes, que desejem comer em casa (ou em outro lugar) a comida do seu restaurante favorito, sem terem de pagar as possíveis taxas de entrega ao domicílio.

E o food delivery, o que é?

Mais uma vez, traduzindo esta expressão, “food delivery” não é nada mais do que entrega ao domicílio de comida. Existem cada vez mais empresas especializadas na entrega ao domicílio de comida, como a Uber Eats, Glovo, noMENU e entre outras plataformas de food delivery, que utilizam aplicações móveis para esse serviço.

No entanto, pode também fazê-lo de forma autónoma, através de um sistema logístico próprio, em que o cliente tenha a possibilidade de o contactar, via telefone, Whatsapp ou a partir de uma app própria do seu estabelecimento.

Nesse caso, por norma, assim que o pedido ficar pronto, um Estafeta recolherá o pedido e fará a entrega no local pretendido, a pé, de mota, de carro ou de bicicleta.

Qual a diferença entre o take away e delivery? Por qual sistema optar?

Tanto o serviço de take away como o serviço de food delivery têm as suas vantagens associadas, quer para o cliente como para as empresas.

Comparativamente ao food delivery, os custos de um take away são consideravelmente menores para ambas as partes, uma vez que não existem despesas de entrega associadas, nomeadamente ao nível de contratação de estafetas.

Por outro lado, o food delivery é bastante útil para quem não pode ou não quer sair de casa e precisa de uma solução, embora o take away permita que uma pessoa que esteja fora de casa passe no local de recolha, sem necessidade de esperar ou de ter um outro local físico para a receber.

Complementarmente, a estrutura de montagem de um sistema de take away é bastante mais simples que a de um food delivery, no sentido de “apenas” necessitar de uma cozinha e de colaboradores destacados para organizar os pedidos, os tempos de preparação e o stock. No entanto, exige que o ambiente e espaço do estabelecimento sejam apropriados para essa recolha (tenham espaço suficiente e sejam cuidados).

Enquanto empreendedor, pode optar por disponibilizar apenas um destes serviços ou ambos, pelo que deve analisar as necessidades e preferências dos seus clientes e definir as suas prioridades. Seja qual for a sua decisão, a qualidade deve estar garantida em qualquer um destes serviços.

Exemplo: A Pizza Hut, a cadeia de fast food que todos conhecemos, disponibiliza um serviço de take away e food delivery, considerado um sucesso. Por outro lado, é comum que os restaurantes tradicionais, tendo em conta a sua dimensão e prioridades, disponibilizem um serviço de take away, embora food delivery já seja mais raro.

Como abrir uma empresa de take away e food delivery em Portugal?

1 - Analise a procura e oferta do mercado

Uma vez que estamos a falar de estabelecimentos de restauração, que se centram em torno de comida, o primeiro passo deve passar por analisar o mercado alimentar e o seu segmento de mercado em detalhe (comida tradicional, comida saudável, comida brasileira, comida chinesa e entre outros), uma vez que isso pode influenciar diretamente as diferentes necessidades dos clientes e possíveis tendências desse segmento em específico.

Por exemplo, imaginando que pretende abrir um restaurante de comida saudável, pode ser cada vez mais comum as pessoas encomendarem para casa este tipo de comida e menos provável utilizarem sistemas de take away. Por outro lado, o contrário pode acontecer com comida tradicional portuguesa.

Este tipo de análises deverão ser o ponto de partida para o início do seu negócio;

2 - Desenhe um plano de negócios

Depois de decidir em que mercado e segmento pretende iniciar-se, deve reunir toda a informação relevante e a sua ideia num único documento, um plano de negócios.

Um plano de negócio é uma ferramenta essencial para começar qualquer tipo de negócio, uma vez que permite explorar a rentabilidade, perspetivas a longo prazo, investimento necessário, plano de marketing e outro tipo de variáveis a ter em consideração na hora de abertura de uma empresa.

O que deve incluir um plano de negócios:

  • Análise de mercado (através de uma análise PEST, 5 forças de Porter ou  análise SWOT);

  • Análise concorrencial (a partir de ferramentas, como o mapa de posicionamento ou o triângulo de ouro);

  • Definição do target (Quem é o seu cliente? E o seu consumidor? Quem são as suas personas?);

  • Explicação da ideia em detalhe (conceito de negócio);

  • Investimento necessário (incluindo os custos operacionais, custos fixos e custos variáveis);

  • Plano de comunicação e marketing (será útil recorrer ao Marketing-mix);

  • Entre outros.

A partir da elaboração deste plano, conseguirá verificar se o negócio “tem pernas para andar”, isto é, se é viável e se tudo que idealizou faz sentido aplicar dessa forma ou ajustar. Como tal, é uma ajuda fundamental para a tomada de decisão;

3 - Defina a sua localização geográfica

É para avançar com o negócio? Então defina qual a localização do mesmo, com base no conceito de negócio, análise de mercado e público-alvo definidos, uma vez que essa decisão impactará os produtos e serviços a oferecer.

Por exemplo, numa aldeia no interior do país, com pouco acesso à internet e onde a maior parte da população é envelhecida, talvez não faça sentido ter um restaurante com serviço de entregas ao domicílio. Por outro lado, o take away já pode ser bastante mais útil.

Noutra perspetiva, em cidades mais movimentadas, como Lisboa, uma cidade grande e onde existem problemas relacionados com o trânsito, é bastante mais comum solicitar serviços de entrega ao domicílio.

Portanto, a escolha dos serviços a adotar e a localização do espaço deverá ter em conta todas estas especificidades, que devem ser identificadas no ponto 1.

Seja qual for a decisão, o espaço deve ser agradável, luminoso e acolhedor;

4 - Considere a legislação em vigor em Portugal

Antes de abrir o seu negócio de take away e entregas ao domicílio, considere a legislação que rege este tipo de negócios ligados à comercialização de produtos alimentares. Veja alguns do regulamentos e decretos em vigor, que deve estar a par:

  • Regulamento (CE) nº 178/2002, de 28 de janeiro e Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de abril: as empresas do setor alimentar são responsáveis por assegurar, em todas as fases de produção, transformação, armazenamento e distribuição, que os géneros alimentícios sob o seu controlo preencham o requisitos da legislação alimentar aplicáveis à atividade e verificar o cumprimento desses requisitos;

  • Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de abril: os negócios alimentares devem proceder ao licenciamento dos seus estabelecimentos, bem como notificar as entidades coordenadoras do licenciamento de qualquer alteração significativa das atividades e do eventual encerramento das mesmas;

  • Decreto-Lei n.º 10/2015, de 16 de janeiro: Aprova o regime de acesso e de exercício de diversas atividades de comércio, serviços e restauração.

5 - Analise o investimento necessário

Para avançar com o negócio, deve certificar-se de que dispõe dos recursos necessários para o fazer e para o manter. Assim, é preponderante considerar os custos a curto e longo prazo, de maneira a avaliar se tem capacidade suficiente para o fazer de forma autónoma ou se, por outro lado, terá de recorrer a eventuais fontes de financiamento.

Custos iniciais

-  Abertura da empresa (mínimo 360 euros);

- Compra ou arrendamento do espaço;

- Cozinha (cozinha industrial, no caso de restaurantes de grande dimensão) e utensílios;

- Materiais para arrumação;

- Mesas, cadeiras, talheres e outros artigos;

- Sistema de POS: tenha os Menus, os pedidos e a faturação do seu restaurante numa só aplicação. A partir do Vendus, tem a possibilidade de criar salas, mesas e fazer pedidos diretamente para a cozinha. No final, basta consultar a mesa pretendida e terá acesso a todas as transações, de forma simples, rápida e intuitiva.

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Custos a longo prazo

- Renda do espaço ou eventual prestação;

- Água, eletricidade, internet;

- Matéria-prima (neste caso, os alimentos necessários);

- Embalagens para transporte de comida (o material da embalagem deve ser específico para reter a temperatura dos pratos quentes e assegurar a qualidade dos alimentos);

- Custos em marketing;

- Custos em contabilidade;

- Eventuais custos de transporte ou eventuais taxas para se associar a aplicativos para encomenda de comida, como os que destacámos acima;

6 - Abra o seu negócio de take away e food delivery

Chega o momento de abrir o seu negócio de forma formal. Para abrir empresa, pode fazê-lo através da associação a um regime de franchising ou de forma independente - veja quais os diferentes tipos de empresas em Portugal que pode optar.

Seja qual for a sua decisão, deve considerar o CAE (Código de Atividade Económica) respetivo ao tipo e segmento de negócio definidos:

  • CAE 56101: Restaurantes tipo tradicional;

  • CAE 56102: Restaurantes com lugares ao balcão;

  • CAE 56103: Restaurantes sem serviço de mesa;

  • CAE 56104: Restaurantes típicos;

  • CAE 56105: Restaurantes com espaço de dança;

  • CAE 56107: Restaurantes (inclui atividades de restauração em meios móveis, como os food trucks);

  • CAE 56303: Pastelarias e casas de chá;

  • CAE 56106: Confeção de refeições prontas para levar para casa (take away) e venda em estabelecimentos de refeições;

  • CAE 56290: compreende as atividades de fornecimento e de preparação de refeições e bebidas a grupos bem definidos de pessoas, geralmente a preços reduzidos. Inclui cantinas (de empresas, de estabelecimentos públicos e escolares) e messes militares. Compreende também o fornecimento de refeições com base num contrato por um determinado período de tempo (para empresas de transportes e outras. Normalmente as refeições são preparadas numa cozinha central.

7- Crie uma equipa de colaboradores especializados

Forme uma equipa de profissionais especializados nas diferentes vertentes de atividade, entre os quais:

  • Cozinheiros;

  • Assistentes de cozinha;

  • Responsável pelo atendimento aos clientes;

  • Responsável por realizar as entregas ao domicílio (pode ser uma empresa externa);

  • Equipa de contabilidade;

  • Equipa de comunicação/marketing.

Estes são apenas alguns exemplos de funções essenciais num negócio alimentar, que demonstram a necessidade de especialização de uma grande parte deles, de maneira a cumprir toda a legislação em vigor e entregar o melhor produto e serviço ao cliente.

Adicionalmente, deve procurar profissionais com boas capacidades de comunicação, agilidade e grande capacidade de adaptação e gestão de stress;

8- Elabore e implemente um plano de marketing

Até pode ter um restaurante espetacular e estar numa excelente localização, mas se não se torna visível e capta a atenção dos seus clientes, não será bem sucedido.

Com toda a competição envolvente a este setor, é imprescindível distinguir-se dos demais, nomeadamente através de uma comunicação clara, chamativa, apelativa e, sobretudo, adaptada ao seu target e pensada de forma estratégica.